Patrícia Ferreira nasceu em 1977, em Braga, cidade onde vive e desenvolve o seu projeto artístico, no Atelier Jardim de Santa Bárbara.
Formou-se nas áreas da comunicação e da gestão. Foi gestora no sector financeiro durante quase 20 anos, deixou de o ser para dedicar a sua vida por inteiro à arte. Agora é o que faz.
Expõe regularmente desenho e pintura, conduz oficinas e workshops e faz trabalho de ilustração.
Muitas das suas obras são de natureza autobiográfica, mas também gosta de criar nos campos da poesia visual, do humor sarcástico, da história e de capturar instantâneos do quotidiano.
Entre riscos, manchas, côr e algum verbo, assume-se, acima de tudo, como uma contadora de histórias.
Os Bracarenses
Os bracarenses vivem na cidade cuja porta principal nunca teve uma.
Os bracarenses falam uma língua própria, o bracarense, que se define por língua portuguesa carregada de pronúncia, entusiasmo e vocabulário bracarenses.
Os bracarenses vivem na cidade onde ao tempo é permitido avançar ao ritmo dos sinos das igrejas. O bracarense não vê as horas, ouve-as.
Os bracarenses vêem na rua um prolongamento das suas salas de estar e é na rua que festejam praticamente tudo, até porque praticamente tudo é motivo de festejo.
Os bracarenses assistem a despiques de bombos desde criança, por isso, os corações dos bracarenses não batem, rufam.
Braga, Novembro de 2019
Patrícia Ferreira